CULTURA NÃO É CEREJA - CULTURA É FERMENTO!
Desde 2016 o Canal vem compartilhando conhecimento principalmente sobre Elaboração de Projetos Sociais e Culturais no Brasil. Ao longo desses mais de sete anos - entre altos e baixos e uma pandemia - fomos nos fortalecendo fazendo chegar aos quatro cantos do país e até mesmo fora dele (para países de língua portuguesa) a importância sobre termos projetos mais profissionais a serem apresentados em leis, editais, programas públicos ou privados. Hoje são mais de 150 mil inscritos acompanhando tudo o que podemos informar principalmente para a comunidade cultural, mas também para o terceiro setor, gestão pública, empreendedores e empresários.
Nos últimos anos, em decorrência da avalanche de novidades para a cultura brasileira, acabamos por puxar o freio. São muitas informações que mesmo o canal mais competente não consegue dar conta de tanta informação.
Lei Aldir Blanc, Lei Paulo Gustavo, Lei Aldir Blanc 2, Lei Rouanet com novas formas de fazer checar verbas aos quatro cantos (principalmente norte e nordeste), Leis Estaduais, Editais por todos os lados e ainda uma quarta conferência de cultura.
Importante salientar que ainda temos - nos mais de 5 mil municípios brasileiros - gestores públicos que pouco ou nada acreditam que a cultura seja uma mola propulsora para ocupação e renda. Aliás, são raros os municípios que têm em seus departamentos culturais profissionais, técnicos com competência para gerir o volume de trabalho que se acumula nos últimos dois anos. Lembro que para que verbas públicas federais cheguem aos municípios é preciso ter o mínimo e conhecimento de leis, plataformas digitais, gerenciamento de projetos, formulação de editais e transferências de recursos. Aliado a isso ainda tem a organização de conferência. Raramente esse gestor público leva a sério a organização de uma instância tão importante para a resolução tanto de suas demandas locais quanto de demandas que podem se tornar ferramentas importantes para a sua própria gestão local. Discutir com o cidadão local e levar a representação do seu município para o seu Estado e de lá levar a sua voz para o país pode fazer toda a diferença numa gestão pública que se pretende perpetuar por mais uma ou duas eleições.Infelizmente os gestores públicos trazem em sua história - bem arraigada - a tradição do coronelismo, da gestão que passa de pai para filho e se perpetua por décadas - às vezes séculos.
O Canal Elaborando Projetos não pactua com essa forma de gestão e acreditamos que é ouvindo a comunidade e trabalhando com ela que podemos fortalecer qualquer política pública que se queira implantar. Isso vale para a saúde, para a educação, para os programas da criança e adolescente, idoso e até mesmo para a cultura.
Mais recentemente começamos a ouvir falar de uma tal Economia Criativa. E aqu -, também os gestores públicos - ninguém “bota fé”. Primeiro porque desconhece o poder, a força da economia criativa e tudo o que ela pode fazer para qualquer localidade. Por menor que seja a cidade é possível trabalhar a economia criativa - calcada na sua tradição, na sua cultura, na sua geografia, na sua história, na sua hospitalidade, no seu turismo. São muitos os municípios brasileiros que têm potencialidades a serem fortalecidas com programas de desenvolvimento para a economia local usando e abusando da sua criatividade natural.
Não é preciso copiar nada de nenhum lugar. Basta olhar atentamente para o que existe na própria cidade e planejar um programa de desenvolvimento com o foco na economia criativa.
Mas qual é o gestor público que vai olhar com mais cuidado para isso? Aquele que “herdou” de papai o seu cargo ou aquele que estudou profundamente o desenvolvimento humano e do mundo. E qual o gestor público que terá mais chance de sucesso em desenvolver a sua cidade, aquele que traz a “tradição familiar” ou aquele que carrega além da tradição cultural um olhar para a história do mundo que estamos vivendo?
Precisamos lembrar que o mundo está num rumo de uma produção industrial muito diversa da produção industrial dos anos 1970/1980. Ainda reforçamos que o “progresso a qualquer custo” foi um lema que trouxe o mundo onde estamos agora. Dejetos de mineradoras invadindo cidades, implodindo outras e arruinando o que de melhor temos (terra, ar, água e humano).Não por acaso desde os anos 1960 comunidades ao redor do mundo tem-se encontrado de forma regular e desenhado agendas com metas a serem cumpridas para minimamente tentarmos melhorar o planeta em que vivemos.
E caímos novamente no papo cultural. O que a cultura tem a ver com tudo isso? Se levarmos em consideração que CULTURA é tudo o que o ser humano realiza, é inerente afirmar que a CULTURA nos trouxe até aqui e só ela pode mudar para melhor ou pior o mundo em que vivemos.
Para tanto é preciso que cidadãos, gestores públicos, empresários, toda a sorte de gente se una em prol de uma meta comum: “ Melhorar a qualidade de vida no planeta para que a raça humana possa sobreviver”!
Estamos fazendo a nossa parte!
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